Conhecendo o Instituto Onça Pintada

Onças-pintadas vivendo em seu habitat | Foto: IOP

Quem conhece ou já ouviu falar, mesmo que minimamente, sobre conservação de espécies, já ouviu falar do Instituto Onça Pintada (IOP).

Localizado na cidade de Mineiros e conhecida por seu trabalho dedicado à pesquisa e conservação da onça-pintada (Panthera onca), a IOP foi fundada pelo casal de biólogos, Leandro Silveira e Anah Tereza de Almeida Jácomo, em 2002, com a missão de preservar o animal considerado como maior felino do Continente Americano. Por meio de uma abordagem multidisciplinar que inclui pesquisa científica, conservação, educação ambiental e envolvimento comunitário, o Instituto busca facilitar a interação entre apoiadores nacionais e estrangeiros para conservação da espécie e seu habitat.

Anah, fundadora do Instituto, com dois filhotes de onça. | Foto: IOP

Devido ao seu trabalho reconhecido internacionalmente, o Instituto Onça Pintada recebeu o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) em 2007 pelo Ministério da Justiça. Veja mais aqui.

Atividades realizadas pelo IOP

Entre suas principais atividades, incluem:

1. Pesquisa e Monitoramento: estudos de campo para monitorar populações de onças-pintadas, utilizando técnicas como armadilhas fotográficas e colares de GPS para rastreamento;

2. Conservação de Habitat: esforços para preservar e restaurar os habitats naturais das onças, essenciais para a sobrevivência da espécie;

3. Educação Ambiental: programas educativos voltados para comunidades locais, escolas e o público em geral, visando aumentar a conscientização sobre a importância da conservação das onças-pintadas;

4. Mitigação de Conflitos: desenvolvimento de estratégias para reduzir conflitos entre humanos e onças-pintadas, como a implementação de práticas agrícolas e pecuárias que minimizem os ataques de onças ao gado;

5. Parcerias e Colaborações: trabalho conjunto com outras organizações de conservação, governos e instituições de pesquisa para fortalecer os esforços de proteção das onças-pintadas em todo o Brasil.

O que isso significa

O IOP possui um papel crucial na proteção das onças-pintadas, uma espécie emblemática que enfrenta ameaças como a perda de habitat, a caça ilegal e conflitos com humanos. Em 2018, havia apenas 14 onças-pintadas no local, destas, quatro filhotes, dois jovens e oito adultos. Sendo que, na última década, 35 felinos passaram pela área do Instituto.

Apesar do estatuto conservacionista, as onças-pintadas que chegam recém-nascidas ao criadouro não retornam à natureza. Isso ocorre porque a principal ameaça a elas, segundo pesquisas do próprio instituto está na predação em rebanho doméstico. Segundo Anah, bióloga e fundadora do IOP, é “contrassenso devolver à natureza um animal que já veio para o cativeiro, fruto desse conflito”.

As atividades do Instituto são mantidas a partir das doações arrecadadas de empresas ou pessoas físicas, além de contar com recursos particulares dos próprios fundadores. A organização ainda possui o objetivo de desenvolver um projeto maior, ao longo do Rio Araguaia, o terceiro maior rio do Brasil, desde a divisa entre Goiás e Mato Grosso, passando pelo Tocantins até o Pará.

A partir deste ano, a nova geração de estudos e atividades com as onças-pintadas, ficou para o filho de Leandro e Anah, Tiago Jacomo, que também é biólogo. Em suas redes sociais, Tiago mostra diariamente a dedicação e o amor da Instituição a cada espécie. Atualmente, Tiago está na Austrália realizando um intercâmbio.

Leandro e seu filho em suas atividades no instituto | Foto: IOP

 

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