O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), em parceria com diversos pesquisadores, terminou a segunda avaliação de risco de extinção das espécies que vivem em cavernas e habitats subterrâneos, animais do tipo troglóbios. Foram 173 invertebrados avaliados, destes, 64 categorizados como ameaçados: 27 como criticamente em perigo, 18 em perigo e 19 como vulnerável. Além deles, 9 espécies foram classificadas como quase ameaçadas, 84 como menos preocupantes e 16 identificadas com dados insuficientes para categorização.
O estudo utiliza como base o método de categorias e critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza. A avaliação será validada em uma oficina que acontecerá até o final deste ano. Nela, especialistas analisarão a categorização antes da finalização e envio dos resultados ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Diego Bento, o analista ambiental do ICMBio/Cecav responsável pela avaliação, explica que “as espécies avaliadas foram agrupadas conforme os grupos taxonômicos da região geográfica. A ideia foi avaliar grupos de espécies conforme a presença de especialistas no grupo taxonômico e de pesquisadores que conheciam as cavernas e os impactos antrópicos na região. A partir daí, a ficha de cada uma das espécies foi avaliada, o método de categorias e critérios da IUCN foi aplicado e as espécies foram categorizadas”.
Antes de acontecer a oficina presencial, foi necessário realizar uma consulta pública onde foram disponibilizadas todas as fichas das espécies a serem avaliadas na plataforma Salve. Também tiveram consultas diretas e específicas a 25 pesquisadores vinculados a outras sete instituições de pesquisa e quatro consultorias ambientais que não puderam participar do evento. As contribuições foram compiladas e consideradas durante o encontro.
A primeira avaliação de risco das espécies que vivem em cavernas e habitats subterrâneos foi realizada em 2018, na época, 145 espécies foram avaliadas. “Desde então, dezenas de novas espécies foram descritas, muitas delas possivelmente ameaçadas. Além disso, havia novas informações para outras espécies já descritas e avaliadas que justificavam uma reavaliação”, explicou Diego.
Acompanhe outras notícias aqui.