FIC reconhece a Expoacunisul e firma parceria com a Federação das Associações Riograndenses de Criadores de Coelhos
Neste sábado, a Federação Internacional dos Criadores (FIC) recebeu o convite oficial para o reconhecimento da Feira de Cunicultura Expoacunisul, organizada pela sua associada, a Federação das Associações Riograndenses de Criadores de Coelhos. O evento aconteceu na cidade de Dom Pedrito, conhecida como a Cidade da Paz, localizada na fronteira com o Uruguai.
A feira, realizada dentro da Farm Show, apresentou um pavilhão repleto de visitantes e exemplares de coelhos de diversas raças e genéticas, despertando o interesse de criadores e do público em geral.
Entre os destaques, o criador Joanir Wildner, da cidade de Mato Leitão (RS), apresentou seus belos coelhos da raça Chinchila, uma das mais tradicionais e valorizadas por sua pelagem densa, porte equilibrado e excelente desempenho reprodutivo.
Os julgamentos da Expoacunisul ficaram sob a responsabilidade de três jurados de renome no cenário da cunicultura gaúcha:
- Paulo Carvalho, de Rolante,
- Guilherme Petry, também de Rolante,
- e Marcos Cassanelli, de Novo Hamburgo.

Os avaliadores seguiram critérios técnicos de porte, tamanho, cor, estrutura corporal, formato de orelhas e padrões de pelagem, reforçando o compromisso com a qualidade genética e o manejo responsável.
O vice-presidente da Federação das Associações Riograndenses de Criadores de Coelhos, Rogério Kummer, foi um dos principais articuladores da filiação à FIC, marcando o início de uma nova era de inovação e profissionalismo, com foco na microchipagem e emissão de pedigree — práticas já consolidadas em países como Estados Unidos e Alemanha.
No Brasil, a FIC será a entidade responsável por conduzir e padronizar este avanço tecnológico junto às federações filiadas.
Durante o evento, Rogério Kummer destacou a importância social e econômica que a cunicultura pode representar:

“Iremos trabalhar em conjunto para que possamos trazer um novo núcleo de criadores, promovendo um trabalho de criação e geração de renda para muitas famílias dentro do tripé do agronegócio: produção, sustentabilidade e bem-estar animal.”
O presidente da FIC, Nelson Arrue, deslocou-se de Porto Alegre até Dom Pedrito para acompanhar pessoalmente os julgamentos e destacou o simbolismo deste momento:
“Fiquei muito feliz pela FIC ter esta oportunidade. Foi um trabalho construído através de diálogo com o Paulo Carvalho e o Rogério Kummer. Nosso objetivo é expandir o reconhecimento genético por meio da microchipagem, criando uma árvore genealógica confiável para coelhos. E ainda mais emocionante é estar em Dom Pedrito, cidade que guarda minhas origens familiares. Foi aqui que a família Arrué chegou vinda de Madri, na Espanha, e contribuiu para o crescimento local — hoje temos a Vila Arrué, terras, rua e até uma escola que preservam nossa história.”
Além do foco regional, a FIC também volta seu olhar para o cenário internacional. Em diversos países, como Alemanha, Estados Unidos, Bélgica, Itália e Holanda, os coelhos de raça são registrados, chipados e identificados com pedigree oficial, seguindo rígidos padrões de controle genético.

Essa prática garante a rastreabilidade, o controle sanitário e o reconhecimento internacional das linhagens, permitindo que cada animal tenha um histórico completo de origem e desempenho.
Com base nesse modelo, a FIC conta com uma diretoria com representantes nos Estados Unidos, que será responsável por realizar um levantamento técnico e comparativo sobre as práticas de registro e chipagem adotadas internacionalmente, com o objetivo de trazer benefícios e reconhecimento global para os criadores brasileiros.
Com o novo vínculo entre as federações, a expectativa é ampliar o reconhecimento genético e valorizar economicamente as raças nacionais. Segundo Arrue, o coelho é reconhecido não apenas pelo seu porte e genética, mas também pelo valor gastronômico, sendo considerado uma iguaria por chefs e restaurantes em todo o país.

Atualmente, o único frigorífico autorizado para abate de coelhos está localizado em Santa Catarina, mas a FIC pretende dialogar com autoridades e empresários do Rio Grande do Sul para criar uma estrutura local de abate e comercialização, garantindo rastreabilidade, sanidade e valorização dos criadores.
Hoje, os preços dos coelhos variam de R$ 300a R$ 1.000 conforme raça e idade, quando vendidos diretamente pelos criadores, podendo atingir R$ 3 mil em raças especiais. Com o avanço da genética, certificações e pedigree, há expectativa de exemplares atingirem R$ 5 mil já no próximo ano.
Nesta semana, a FIC, representada por seu presidente Nelson Arrue, também terá uma reunião com o diretor responsável pela criação de chinchilas, para alinhar o mesmo projeto de identificação genética, pedigree e valorização comercial.
Além disso, a FIC já planeja organizar um grande evento nacional voltado exclusivamente aos criadores de coelhos, em parceria com a Federação das Associações Riograndenses de Criadores de Coelhos, consolidando a união entre as entidades e reforçando o compromisso com a evolução da criação no Brasil.

A partir deste momento, o trabalho também será voltado para que, na Expointer de 2026, todas as matrizes e plantéis possam participar mediante o reconhecimento do número de chip e do pedigree, garantindo que 100% dos animais estejam documentados com nota fiscal, chip e registro genealógico oficial.
“Vamos trabalhar em conjunto entre as federações para que os criadores sejam reconhecidos pelo valor de seu trabalho e pela excelência de suas genéticas. É assim que se constrói o futuro da criação no Brasil”, concluiu Arrue.

