A Amazônia foi o bioma que mais sofreu com a redução de vegetação nativa no período. Entre os principais fatores para a redução de área natural destacados está o aumento de áreas utilizadas para agricultura e pastagem.
Nesta quarta-feira (21), o MapBiomas divulgou um relatório com dados a respeito das áreas naturais. Segundo os dados divulgados, o Brasil perdeu 33% de sua área natural até 2023, ano mapeado. De acordo com o relatório, foram 110 milhões de hectares com vegetação suprimida. Sendo a Amazônia a área mais afetada com 50% dessa área, ou seja, 55 milhões de hectares.
É considerada área natural, vegetação nativa, superfície de água e áreas naturais não vegetadas, como praias e dunas.
Dos 110 milhões de hectares de áreas naturais suprimidas, 55 milhões de hectares foram na Amazônia, 38 milhões de hectares no Cerrado, a Caatinga perdeu 8,6 milhões de hectares e 3,3 milhões de hectares perdidos estão no Pampa. Esse resultado também leva em consideração o mapeamento de vegetação nativa recuperada com mecanismos estabelecidos no Código Florestal, a partir de 2008.
Segundo o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, essa perda de vegetação nativa pode impactar em eventos climáticos extremos. “A perda da vegetação nativa nos biomas brasileiros tende a impactar negativamente a dinâmica do clima regional e diminui o efeito protetor durante eventos climáticos extremos”, explicou.
Quase metade dos municípios teve saldo negativo.
Apesar de 37% dos territórios municipais apresentarem ganho de vegetação nativa, 45% dos 5.570 municípios analisados tiveram saldo negativo na cobertura de área natural dentro do período. Já os outros 18% se mantiveram estáveis entre 2008 e 2023.
“A vegetação secundária já está classificada como floresta, incluída na área nativa em 2023. Então, ele pode ter sido desmatada ou teve uma queima severa e foi mapeado como pastagem, mas depois que ela recupera, ela volta a ser considerada como floresta”, informou Marcos.
Áreas privadas sofreram maior impacto.
Nessas áreas, a perda de vegetação foi de 28% em 39 anos. Foram 281 milhões de hectares modificados pela ação humana até 2023. Desse montante, 168,6 milhões, ou 60%, encontram-se em propriedades privadas. O estudo demonstrou uma expansão de 228% das áreas convertidas em agricultura e 76% nas que passaram a ser pastagem, após 1985.
Ao observar áreas com relevo, é possível notar uma diferença entre a zona rural e as áreas urbanas. Terras mais planas foram mais afetadas no campo, regiões com inclinação de 0 a 3% chegaram a perder 20% de sua cobertura nativa. Enquanto nas zonas urbanas, áreas de encostas, com inclinação superior a 30%, ganham destaque na redução de vegetação nativa.
“Essa informação sobre a declividade pode ser um dos fatores para entendimento de outros processos como os erosivos, deslizamentos, infiltração da água no solo. Então, quando a gente pensa em risco climático, o tipo de terreno também é fundamental para pensar em zoneamento e áreas destinadas à conservação”, conclui a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e da Mapbiomas, Bárbara Costa.
Em nossa página principal, você acompanha outra notícias como essa.