Brasil registra as primeiras cavernas submarinas do país

Brasil registra as primeiras cavernas submarinas do país
ICMBIO | Reprodução

O Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (Canie), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acaba de receber os primeiros registros de cavernas submarinas do Brasil. Essas cavidades naturais estão localizadas nos recifes de coral da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, em Tamandaré, Pernambuco. O sistema de cavernas interconectadas tem um papel crucial na proteção de habitats marinhos, abrigando diversas espécies, algumas delas ameaçadas de extinção.

Segundo Leonardo Messias, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (ICMBio/Cepene), “os registros das cavernas são fundamentais para monitorar a saúde dos recifes de coral e compreender a ecologia local. Essas informações são essenciais para o desenvolvimento de estratégias de conservação eficazes, protegendo os ecossistemas onde essas cavernas estão situadas.”

Caracterização e estudo das cavernas

Para identificar e documentar as seis cavernas submarinas (Pirambu, Chapeirão do Pirambu, Pirambu do Norte, Mero, Crista das Mileporas e Caverna do Dentão), foram realizadas expedições de mergulho, coleta de dados geoespaciais e medições subaquáticas. Equipamentos como GPS e sondas foram utilizados para mapear as coordenadas, profundidade e dimensões das cavidades.

Esforços de conservação

Há iniciativas contínuas de conservação na região, como monitoramento regular e campanhas de conscientização para garantir a proteção dos recifes e suas cavernas. A recuperação dos recifes de coral em Tamandaré, iniciada em 1999, tem mostrado resultados positivos. Segundo Messias, houve um aumento significativo na densidade de peixes, polvos, lagostas e outros invertebrados, além do crescimento de espécies de coral, como o coral-de-fogo.

Importância dos registros

Para Jocy Cruz, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), os registros dessas cavernas submarinas são um marco importante no conhecimento dos ecossistemas espeleológicos brasileiros. Esse avanço proporcionará o desenvolvimento de novas iniciativas de conservação, ampliando os esforços de proteção do patrimônio natural do país.

Projeto e parcerias

O projeto que permitiu o registro dessas cavernas submarinas foi fruto de um Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica (TCCE) firmado entre a Vale e o ICMBio, com participação do Cecav e do Cepene. O trabalho incluiu caracterização, mapeamento, e monitoramento da biodiversidade das cavernas, com o objetivo de aprofundar os estudos e intensificar os esforços de conservação e educação ambiental.

Os dados das cavernas submarinas já estão disponíveis no Google Maps, permitindo maior acesso a essas informações para pesquisadores e o público interessado. Continue acompanhando nosso site para ficar por dentro das principais notícias sobre meio ambiente.

Fonte: Agência EBC

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