O valor é a soma das multas realizadas desde 2020, em 94 autos de infração.
O Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), informou que os valores para multas aplicadas por incêndios considerados criminosos no Pantanal desde 2020 já chega a aproximadamente R$ 54 milhões. Luiz Mario Ferreira, o diretor de Licenciamento e Fiscalização do IMASUL explicou, cada auto de infração representa uma área queimada e pode equivaler a milhares de hectares. “uma propriedade pode ter ocorrido um número elevado de focos de incêndios, o auto de infração será um só, representando toda a área queimada”, relatou.
O valor da multa também depende da área queimada. Dessa forma, embora o número de autos de infração tenha sido menor (11), em 2020 foi quando o Estado aplicou o maior valor em multas por incêndios criminosos no Pantanal: R$ 24.222.384,40. Nesse ano o Pantanal sofreu uma catástrofe sem precedentes registrados, tendo queimado 30% de todo território (cerca de 45 quilômetros quadrados).
Já em 2021, ano seguinte, a área queimada retrocedeu, diminuindo também o valor das multas aplicadas, que ficou em R$ 10.320.500,00, embora o número total de autos de infração tenha aumentado de 11 para 15. “Isso significa que foram queimadas áreas menores”, pontuou Ferreira.
Em 2022, o número de autos de infração cresceu para 18, mas o valor total caiu para R$ 5.525.004,77, também em decorrência do tamanho menor das áreas queimadas, segundo o órgão. O mesmo vale para o ano passado, que resultou em 29 autos de infração, mas R$ 3.818.107,70 em multas.
Neste ano, já foram lavrados 21 autos de infração e aplicados mais de R$ 10 milhões de multa entre janeiro e junho, como afirmou o órgão com dados divulgados pelo Comando de Policiamento Ambiental do estado. Isso pode ocorrer pelas condições climáticas parecidas com 2020 (estiagem, baixa umidade do ar, altas temperaturas e ventos fortes).
O IMASUL e Comando de Policiamento Ambiental monitoram a situação em tempo real através de satélites. Sempre que um foco de incêndio é detectado, a imagem é aproximada, buscam-se informações sobre a propriedade do imóvel e em seguida é investigada a origem do fogo, afirmou o órgão.
Outro recurso que o Estado tem adotado nos últimos anos para evitar os incêndios criminosos é a detecção da existência de massa vegetal seca que possa oferecer risco de combustão. Nesses casos, o Estado procura o proprietário e determina que seja feita a queima controlada desse material, utilizando métodos seguros para controlar as chamas e evitar que se transformem em incêndios. O mesmo sistema de satélite que auxilia na fiscalização dos focos de calor também ajuda a detectar as áreas passíveis de queima controlada. Esse método não pode ser utilizado em períodos secos como o que está ocorrendo no momento, ponderou Ferreira.